Header Ads

"Veterano" do Grêmio, Grohe projeta disputa do Brasileirão: "Temos chances de brigar por este título"

Goleiro irá para sua 13ª participação em Campeonatos Brasileiros pelo clube



Neste domingo, Marcelo Grohe inicia a sua 13ª participação em Brasileirões, 12 da Série A e uma de Série B. Disputará seu 319º jogo desde que vestiu pela primeira vez a camisa do Grêmio, em 15 de janeiro de 2006, na vitória por 3 a 2 contra o Santa Cruz, pelo Gauchão, partida em que entrou no intervalo, no lugar de Galatto, lesionado. Só os goleiros Magrão (Sport) e Fábio (Cruzeiro) apresentam igual retrospecto de defender o mesmo clube em tantas edições consecutivas.

Trata-se de um veterano de 30 anos, que precisou esperar com paciência por uma vaga, concorrendo, ao longo dos anos, com o próprio Galatto, além do argentino Saja, de Victor e Dida. Grohe é quem tem mais tempo no elenco e diz ter amadurecido com críticas e cobranças por conquistas. A conquista do pentacampeonato da Copa do Brasil, entende, ameniza o fracasso vivido no Campeonato Gaúcho.

Eleito em 2014 e 2015 o melhor goleiro do Brasileirão pela revista Placar, ele agora mira o retorno à Seleção Brasileira. Mais atento às questões de nutrição, trocou dois quilos de gordura por 1,5 quilo de massa muscular nesta temporada. O cuidado extra é a esperança de evitar as lesões que o incomodaram no ano passado.
A motivação vem também do filho Pietro, de dois anos, com quem Grohe sonha em comemorar mais conquistas juntos.
— Pietro é canhoto, vai ser o meu futuro — sorri.
Fã de música gospel, Grohe não se vê longe do futebol mesmo depois de encerrar a carreira. Diz que seria gratificante trabalhar na formação de jovens goleiros. O que ele não pensa é seguir carreira de treinador.
— Acho que não seria. É uma vida complicada. Talvez um auxiliar — projeta.
Qual a expectativa para o Brasileirão?Expectativa boa, o Brasileirão é um campeonato diferente. É uma competição longa, de pontos corridos. E, para isso, é necessário um grupo forte. Acredito que o Grêmio tenha um grupo qualificado, talvez maior do que em alguns anos anteriores. É necessário. Temos cartões, lesões. As equipes vencedoras nos últimos anos tinham um grupo recheado e muito forte. Temos chances de brigar por este título.
A pressão diminuiu com a conquista da Copa do Brasil?É algo que ficou do título. Existia muita cobrança sobre o Grêmio, nos jogadores. E isso foi quebrado, traz uma tranquilidade para o vestiário. A cobrança e a responsabilidade continuam. Quando entramos em uma competição, é para ganhar. Como outras grandes equipes, necessitamos de conquistas. Ainda existe pressão, mas é diferente, essa é a do tipo que nos incentiva. O que nos incomodava, aquela coisa chata de se conviver, acabou com o título da Copa do Brasil.
Pensa em voltar para a Seleção Brasileira?Estou muito focado para este ano. Me preparei muito bem na pré-temporada. Tenho feito alguns trabalhos extracampo. Ano passado não foi um dos melhores anos da minha carreira. Para 2017, entrei muito concentrado. O Brasileirão é uma competição importante. Quero começar bem. A Seleção é um objetivo de todos. Quando estamos bem no clube, temos chance de ser convocado. Mas meu foco é total no Grêmio. Sei que preciso estar bem aqui para pensar em coisas maiores.
Com 13 anos no profissional do Grêmio, você já se sente um jogador veterano?Sentimos o tempo passar. Essa semana veio um menino do juvenil treinar conosco por três dias. Lembro que acontecia isso comigo, subia do juvenil e ficava uns dias. Engraçado que quando subi, o pessoal era todo da década de 1970. E agora os guris sobem todos nascidos em 2000 (risos).
Qual a sua influência dentro do vestiário?Apesar deste tempo todo de clube, não tenho essa vaidade de pedir as coisas do meu jeito. Não preciso tomar conta das ações, estou aqui para ajudar e contribuir com o grupo. Não é do meu perfil isso. No que puder ajudar, converso. É desta forma que eu vejo. Por isso, nosso grupo é bom. Não tem ninguém querendo comandar tudo. Todos queremos caminhar no mesmo sentido.
E como avalia a sua carreira?Entendi algo com esses anos de profissional. Quando somos jovens, não vemos isso. Quando somos guris e subimos para os profissionais, achamos que já chegamos prontos para jogar. E hoje entendo, principalmente na função de goleiro, que precisamos de um tempo de amadurecimento. A vivência dos jogos e treinos nos dá isso. Em relação ao Marcelo mais jovem, me sinto experiente pelas situações de pressão que me calejaram.
Como é a sua rotina?Sofri algumas lesões. Tive um problema no pé que me atrapalhou muito para treinar, e preciso muito do treino. Estou livre das dores no pé, não me incomodam mais. Entrei neste ano focado para fazer uma grande temporada. Mudei minha alimentação, preciso estar bem fisicamente. Dei ênfase nesta parte para que a questão técnica apareça. Entendi que precisava melhorar a parte física.
E o Pietro já consegue acompanhar a carreira do pai?Ele sabe, é muito inteligente. Quando está com a minha mulher no campo, aponta para mim. Esses dias estava olhando um jogo em casa, e ele mostrou a TV e falou papai. Ele entende que estou jogando. Gosta muito de futebol, joga. É canhoto. Vai ser o meu futuro (risos).
Pensa em ter o Pietro na torcida na Arena?É algo legal, estou com 30. Ele está fazendo dois. Coloca mais uns cinco anos e vou passar essa experiência.
Já pensou no que fazer quando encerrar a carreira?É algo que me causa um conflito ainda. Não tenho essa convicção. Gosto da preparação de goleiros, talvez contribuir na formação de jovens. Seria algo gratificante, talvez na base. Poder ensinar a alguém. Acho que não seria treinador, é uma vida complicada. Talvez um auxiliar.
A ESPN disse que você, baseado em estatísticas, é um dos melhores do mundo.O Rogerião (preparador de goleiros) me passou os dados. O Grêmio tem alguns scouts. Mas algo mais aprofundado, não acompanho tanto. Confesso que fiquei surpreso, não imaginava estar no meio dessas feras. É algo até surreal. Meus amigos me mandaram, é legal. O futebol está indo para este lado de números e estatísticas. É algo concreto, fico lisonjeado.
Mas as críticas o acompanham em alguns momentos aqui.É do jogo, faz parte. Futebol é assim, não tem como agradar a todos. Sou muito tranquilo quanto a isso. A pressão existe por jogar no Grêmio, e vai existir sempre. Isso nos fortalece, faz com que a gente se prepare e trabalhe mais. Vejo com tranquilidade. Não gosto, ninguém gosta de ser criticado, mas é parte da minha profissão. Aprendi a lidar com isso de forma positiva.
E após 13 anos nessa rotina, você consegue aproveitar melhor o futebol?Vou para um treino ou um jogo de forma diferente da forma que eu iria antigamente. Talvez até com mais prazer. Aquela pressão da afirmação não existe mais. Ainda busco o resultado e quero vencer sempre. Mas a pressão por afirmação é o pior. Todos sabem o que posso fazer e o que não posso. Já fiz 300 e tantas partidas. Consigo desfrutar o futebol.
fonte : *ZHESPORTES

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.