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Pouco investimento e aposta na base: como o Grêmio montou o grupo do Tri

Maioria dos jogadores chegou em fim de contrato ou com investimentos baixos, como Edílson e Lucas Barrios. Clube aposta em projeto de longo prazo e também no crivo de Renato




A terceira placa metálica com o escudo do Grêmio foi afixada na taça da Libertadores após a vitória por 2 a 1 sobre o Lanús, em La Fortaleza, na última quarta-feira. Mas o esqueleto do time começou a ser construído muitos anos antes quando os primeiros protagonistas do título chegaram ao clube. Dos 11 atletas principais, quatro foram formados na base e quase todos buscados a investimento baixo no mercado. Alguns estão no clube desde 2013.

Esta é a política do presidente Romildo Bolzan Júnior. É a "receita" dada pelo mandatário do Grêmio para formar equipes fortes. Ele mesmo citou exemplo de outros clubes, como Palmeiras, Flamengo e Atlético-MG, presentes na Libertadores com investimento muito maior, mas sem o sucesso do Tricolor nos últimos anos. A equipe se forjou também dentro do campo, com a chegada de Renato.


A intenção desde o início foi de comandar um trabalho de longo prazo. Apesar de mudanças no processo, o Grêmio sempre defendeu, ao menos publicamente, a manutenção de uma diretriz de trabalho, mesmo com mudança de nomes.

- É porque tem começo, meio e fim, propostas de começo, situações que a gente imagina, organizadas, situações que não dão certo, que tu volta atrás. Um ambiente de muita efervescência, quando dá certo é fácil, quando dá errado, começa de novo. O processo de formação, competitividade e responsabilidade, trazem o Grêmio tranquilamente para frente - comentou Romildo Bolzan Júnior.

Vários destes jogadores, especialmente os reforços buscados para 2017, chegaram sob a indicação do técnico Renato Gaúcho. Foi o comandante o responsável por deixar o autor do primeiro gol na final, Fernandinho, no elenco, mesmo com salário considerado caro. Léo Moura e Bruno Cortez passaram diretamente pelo crivo de Renato. O mesmo ocorreu com Cícero, autor do gol na final na Arena, e Jael, responsável pela assistência. O elenco está recheado de apostas especiais do treinador.

- Nós perdemos alguns jogadores por lesões, alguns jogadores até em cirurgia como o Maicon e o Douglas. A saída do Pedro Rocha. O Grêmio não fez grandes contratações, foi um dos poucos clubes do Brasil que não investiu. E mesmo assim o grupo se enfraqueceu durante a Copa do Brasil e a Libertadores. Mas eu sempre falei, esse grupo não tem palavras. Quem saia, quem entrava dava conta do recado. Foi o que aconteceu. E durante a Libertadores toda, sempre falava para estarem preparados, que as oportunidades iriam aparecer. E foi o que aconteceu. Nossa grande meta era conquistar a Libertadores - explicou Renato.


Em campo, o Grêmio se forjou em busca da América. O modelo de jogo foi mantido pelo comandante. A estratégia também semelhante a de 2016: preservar os titulares em situações prévias às partidas decisivas. Houve, também, decepções. O ano do Grêmio seria bom mesmo em caso de derrota para o Lanús e nenhum título no armário. Mas o elenco amadureceu em eliminações como do Gauchão e Copa do Brasil, além das oitavas da Libertadores, na temporada passada, para o Rosario Central.

A formação do time campeão

Quatro atletas do time que começou a vitória sobre o Lanús são oriundos da base: Marcelo Grohe, Arthur, Jailson e Luan, todos formados ou lapidados nas categorias inferiores do clube gaúcho. Ou seja, com investimento apenas de formação para todos - além, claro, de luvas e bonificações. Mas sem a necessidade de comprar direitos econômicos, geralmente o maior gasto dos clubes.

O lateral-direito Edílson foi contratado durante o ano de 2016, quando o vice de futebol era Alberto Guerra, com Roger Machado ainda no comando, por um valor próximo de R$ 1 milhão. O dirigente, inclusive, esteve em Buenos Aires como torcedor, na arquibancada, sem a pompa de ter acompanhado a delegação como antes fazia. No grupo, o camisa 2 injetou uma personalidade diferente para o time na ocasião, algo que só seria visto no argentino Kannemann quando este também fosse contratado.



eromel chegou ao Grêmio em dezembro de 2013, por empréstimo, ao custo de 300 mil euros (R$ 1,1 milhão, na cotação atual da moeda europeia). Depois, quando o contrato com o Colônia já estava no final, o clube gaúcho fez a aquisição a partir de um valor negociado diretamente com o atleta, de luvas. Hoje, o zagueiro recebeu um polpudo aumento neste ano e foi o capitão a levantar a taça da Libertadores na Argentina.

Bressan, que jogou na vaga de Kannemann, chegou junto com Ramiro ao Grêmio. Ambos estavam em um pacote ainda com Paulinho, atacante, e o goleiro Follmann, sobrevivente do acidente com a delegação da Chapecoense, há um ano. Os quatro jogadores custaram aos cofres do Grêmio R$ 1,5 milhão aproximadamente.

Ambos, Bressan e Ramiro, campeões da América, além disso, renderam receita para o Tricolor. Na época que a divisão de direitos não era proibida, o clube efetuou a venda de 50% dos direitos de cada atleta. A operação rendeu, na época, R$ 30 milhões, utilizados pelo clube gaúcho para manter tudo em dia, desde salários até fluxo de caixa.

Arthur e Jailson foram crias das categorias de base. O segundo ganhou a posição de Michel, submetido a cirurgia no joelho esquerdo no início de setembro. O volante foi buscado no Atlético-GO, após a campanha do título da Série B, por R$ 300 mil. O empréstimo vai até o fim do ano, mas o Grêmio já efetuou a compra do meio-campista por mais R$ 1,2 milhão. Valor baixo para o retorno apresentado em 2017.


Fernandinho é talvez o jogador mais caro do elenco. Foi buscado na metade do ano de 2014, comprado com a ajuda de um investidor. O atacante custou na época 2 milhões de euros (R$ 7 milhões, na cotação atual) e só ganhou sequência por uma questão pessoal de Renato. O técnico apostou no atacante como substituto de Pedro Rocha, vendido ao Spartak Moscou, e acabou por guiá-lo rumo ao gol do título da América.

O último elo desta equipe titular é Lucas Barrios. O atacante ganhou luvas, mas rescindiu o contrato com o Palmeiras e, por isso, esteve livre no mercado para fechar com o Tricolor por um ano. Também chegou livre de pagamento pelos seus direitos.


Foto destaque: Lucas Uebel / Grêmio, DVG



fonte: https://globoesporte.globo.com/rs



















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