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Troca de nome, despedida na Áustria e fase no Grêmio: Jonathan Doin, o Paulo Miranda

Zagueiro fala sobre homenagem e também do aprendizado na Europa



A missão de qualquer zagueiro no futebol brasileiro geralmente é ingrata ao enfrentar os lisos atacantes por aí. Mas para quem disputa espaço com Pedro Geromel e Walter Kannemann, é ainda mais complicado. Paulo Miranda, no entanto, trata de tirar o melhor para colocar em prática quando é utilizado no Grêmio, como neste sábado, contra o Atlético-PR, na Arena da Baixada, às 19h. O sorridente Jonathan Doin - esse é o nome de batismo do atleta - terá um jogo de despedida na Áustria por conta de sua passagem exitosa no Red Bull Salzburg nas suas férias. Os anos europeus, por sinal, ajudaram na adaptação ao Tricolor.

A mudança de nome, muito “meigo” para um zagueiro, já é um daqueles “causos” do futebol. O jogador mesmo brinca que, se o chamam de Jonathan na rua, nem olha mais. Só a mãe não esquece a alcunha de nascimento. Na Áustria, Paulo buscou características germânicas para o sua personalidade e tenta colocar em prática no dia a dia no CT Luiz Carvalho, onde recebeu cordialmente o GloboEsporte.com para o bate-papo.

- Quando você é mais jovem, você acaba meio que aprendendo o que é seriedade. Eu aprendi que eles (europeus) são muito corretos, sérios. Eles são muito dedicados. Isso fez com que eu aprendesse a seguir essa linha aqui dentro do Grêmio. Cresci bastante. Procurei sempre aprender a forma que eles jogavam, a cultura deles, horário, determinação. Acabo passando para os mais jovens aqui dentro do Grêmio. Era até pra mim ter ido, já (na despedida). Mas como o calendário aqui não ajudou, ficou marcado para os próximos dias pra eu ir receber essa homenagem - disse ao GloboEsporte.com.

Vida austríaca

Em Salzburgo, próximo da fronteira com a Alemanha, Paulo Miranda teve a primeira experiência europeia da carreira. No período, o clube conquistou o título nacional austríaco em 2015, 2016 e 2017, além do tricampeonato da Copa da Áustria. Por isso, deixou o país com moral para retornar ao Brasil no início deste ano. A ponto de ter no calendário uma despedida oficial, nas suas férias do Tricolor.

- Era até pra mim ter ido, já (na despedida). Mas como o calendário aqui não ajudou, ficou marcado para os próximos dias pra eu ir receber essa homenagem. Sinceramente eu nunca imaginava. Eu só tinha um sonho que era jogar na Europa. Lógico que o começo nunca é fácil, procurei me dedicar ao máximo. Nada mais justo que no final da temporada você consiga desempenhar um papel e ser lembrado como eu estou sendo - comentou o jogador.

Paulo Miranda trouxe na bagagem também um pouco do alemão. Tinha aulas duas vezes por semana, com a família, para poder se virar no país. Hoje, o conhecimento o ajuda a manter contato com os amigos feitos nos últimos três anos. Incorporou também a seriedade dentro e fora de campo - embora no vestiário e nos bastidores, o sorriso sempre esteja presente nas rodas de “resenha”. Também rodou pela Europa e teve a oportunidade de estar em novos lugares.

- Você acaba conhecendo, até porque lá eles jogando a fase da Champions, da Europa League, tu conhece lugares que, quando tu é mais novo, tu tem sonhos. Você acaba ficando encantado, fico feliz por isso.

Paulo Miranda tem seis títulos no futebol austríaco (Foto: Divulgação / RB Salzberg)

O futebol praticado na Áustria também o ajudou na adaptação a Porto Alegre. O modelo de jogo do RB Salzburg se assemelha ao realizado pelo Grêmio, com posse de bola e, especialmente, pressão sempre que o adversário recupera a bola. O espanhol Óscar García foi seu comandante por lá.

- O tipo do jogo dele era tipo o nosso. Posse… mas como eles tinham uma forma de jogo ofensivo, ele mesclou a forma dele jogar com a ofensividade deles. Lá eu tive bastante momentos felizes, de conquista. Então, foi um aprendizado, um momento que eu vivi na minha carreira muito importante. Acho que hoje eu trago pro Grêmio e acabo dividindo com meus companheiros a alegria que eu tive lá fora. - explicou o zagueiro

Jonathan? Ãhn?

Se alguém chamá-lo de Jonathan, ele não responde mais. Incorporou o Paulo Miranda de tal forma sem precedentes. Tudo veio por conta do técnico Karmino Colombini, na época do Iraty. A “meiguice” de Jonathan Doin gerou a mudança. O nome de batismo passa despercebido para a maior parte dos torcedores.

- Em um jogo contra o Coritiba, acho que era de televisão, eu estava no vestiário e veio o árbitro com a súmula pra eu assinar. Ao invés de eu colocar "Jonathan Doin", eu coloquei Paulo Miranda. Aí como era de televisão, todos narradores começaram a me chamar de Paulo Miranda. Até hoje, desde muito tempo, eu to carregando esse apelido. E Jonathan Doin só minha mãe que chama, porque no resto é Paulo mesmo. Não, não (atendo). É bem difícil, mas se falar Paulo já, estou bem acostumado.

Paulo Miranda será titular do Grêmio neste sábado (Foto: Eduardo Moura)

Geromel e Kannemann pela frente

Titular neste sábado, Paulo Miranda tem uma parada dura sempre que chamado: precisa substituir Geromel ou Kannemann no Tricolor. O nível alto também o ajuda no dia a dia a evoluir, mesmo já aos 30 anos. A dupla titular, consolidada, sempre é alvo de observação para uma ou outra novidade em suas próprias atuações. São 14 partidas com a camisa do Grêmio até o momento.

- Eles sabem da forma que tem que jogar ali atrás, a forma que o professor passa pra gente jogar. Eu estou sempre conversando, cada jogo, cada oportunidade que eu tiver, corresponder altura dos jogos que eles vem fazendo. Sempre quando um jogador tipo o Geromel não pode jogar, eu procuro estar sempre conversando com ele. Para mim estar podendo fazer o que o professor pede, para não sentir tanto - completou.

Paulo Miranda aprende com Geromel  (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)

Com rodízio implementado por Renato, o time reserva tem atuado com certa frequência no Brasileirão. São duas vitórias, um empate e uma derrota até o momento. O segredo, para o defensor, está na parceria dentro do elenco, com brincadeiras, mas também com trabalho sério.

- Parceiros todos são. Mas com o "Maiquinho" é o titular da resenha, qualquer assunto é um motivo pra você fazer resenha. Mas tem o Cortez, o Cícero, jogamos juntos no São Paulo. Alisson, Thaciano, Bressan. Todos muito divertidos. Aqui é uma família. Quando um tá feliz, todos estão felizes. Quando o professor precisa da outra equipe, a gente acaba se ajudando dentro de campo. É isso que conta muito, a amizade, em um ambiente bom - completou.

Adaptado a Porto Alegre, o zagueiro brinca apenas que tem a ajuda do GPS para estar totalmente integrado à cidade. O filho, Pedro Henrique, também já segue os passos do pai, na escolinha de futebol do colégio onde estuda. Do seu jeito descontraído, deixa claro que apoia o garoto de 7 anos: "E que seja do meio para frente!". O riso reflete o bom momento da melhor defesa do Brasileirão. Seja titular ou reserva.






GLOBOESPORTE.  Disponível em:<https://globoesporte.globo.com/rs/futebol/times/gremio/noticia/troca-de-nome-despedida-na-austria-e-fase-no-gremio-jonathan-doin-o-paulo-miranda.ghtml>

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