Há 63 anos, Grêmio inaugurava o Olímpico com vitória sobre o Nacional

Gaúchos venceram os uruguaios por 2 a 0 com dois gols do centroavante Vitor

– Tesourinha arrancou com a bola dominada e tabelou com Milton, que atraiu a marcação de Cruz e devolveu para o ponteiro, já dentro da grande área. O camisa 7 dominou e serviu Vitor, desmarcado, quase na marca do pênalti. O centroavante gremista emendou de primeira para o gol, com o pé direito. A bola morreu no canto esquerdo de Veludo, a atração made in Brazil do time uruguaio (foi reserva de Castilho na Copa da Suíça, em 1954).

Assim o escritor Marcelo Ferla descreveu o primeiro gol do Grêmio na casa nova no livro "Jogos Monumentais, memórias do Estádio Olímpico." Esta jogada foi tramada na tarde de um domingo ensolarado, dia 19 de setembro de 1954. Com dois gols de Vitor, o Grêmio do técnico húngaro László Székely vencia a primeira de tantas batalhas travadas na Azenha.

Cerca de 38 mil torcedores estiveram nas arquibancadas para comemorar o primeiro triunfo da história daquele gramado. Muita festa e euforia, principalmente por conta do clima de "guerra" dentro de campo com uma vitória histórica sobre o time uruguaio. 

Entretanto, o torneio triangular de inauguração do estádio não terminou bem para os gremistas. Sete dias depois a equipe foi superada em um Gre-Nal por 6 a 2 e o "Rolinho" acabou sendo o campeão do torneio de inauguração do Monumental.

O Olímpico foi a casa do Grêmio durante 59 anos. A última partida foi disputada em 2013, vitória por 1 a 0 sobre o Veranópolis, gol de Werley. Mandando os seus jogos na Arena, o Tricolor disputou 1767 jogos, conquistou 1159 vitórias, 381 empates e sofreu 227 derrotas. 

Ficha do jogo:
Grêmio: Sérgio; Roberto, Enio Rodrigues e Orli; Sarará e Itamar; Tesourinha, Milton Kuelle, Camacho (Vitor), Zunino e Torres (Jorghinho). Técnico: László Székely.
Nacional-URU: Veludo; W. Gonzalez, Blanco e Leopardi; Santamaria e Cruz; Orellano (Mañana), Quiroga, Mendez, Romerito (Julio Perez) e Escalada.
Árbitro: Arthur Vilarinho.
Gols: Vitor (aos 20 e aos 37 do segundo tempo)

ZERO HORA