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Ramiro fecha 5 anos, assume papel de líder e elenca razões para sucesso do Grêmio

Meio-campista concede entrevista exclusiva e fala sobre metas para a carreira



Ramiro caminha sorridente ao lado de João Paulo Fontoura, assessor de imprensa do Grêmio, cumprimenta jornalistas que estão no gramado do CT Luiz Carvalho e senta para atender o GloboEsporte.com, sem pressa. Prestes a completar cinco anos de Grêmio, poucos podem ter mais subsídios para explicar a boa fase do clube gaúcho em 2017 e 2018. Aos 25 anos, viu todo o processo de formação do atual momento do Tricolor, com títulos e boas atuações. A ponto de não descartar encerrar a carreira com a camisa gremista se a caminhada seguir por esse rumo.

Ex-volante, lateral e meia, agora atende por extrema direita, que nada mais é do que um meio-campista que faz o lado do campo, mas ajuda onde for escalado. Centrado, escreve e mentaliza metas para chegar ao nível atual, titular incontestável e, até, um líder dentro do elenco.

Durante a entrevista, analisou alguns segredos táticos e também do extracampo para explicar o sucesso atual do clube. O polivalente atleta estreou no time profissional em junho de 2013, pelas mãos de Vanderlei Luxemburgo. Naquele mesmo ano, seria treinado por Renato, responsável por fixá-lo como titular. Novamente com o ídolo no banco de reservas, vive o seu melhor momento.

- Coletivamente e individualmente, eu e o Grêmio vivemos o melhor momento, nesta sequência de dois anos de vitórias, de bons jogos, de boas atuações, rendendo bons frutos. Recentemente tivemos a convocação do Geromel, que é mérito de toda equipe. É um trabalho coletivo e automaticamente as individualidades aparecem. Estou muito feliz pelo momento que vivemos. Nos motiva a trabalhar cada vez mais, querer mais. Descobrimos como é bom vencer, estar em alta e é em busca disso que vamos no dia a dia - conta.

Na entrevista exclusiva, Ramiro admite que não esperava que o chute mansinho contra o Monagas se transformasse em gol, fala sobre metas pessoais, da adaptação à nova função pelo lado do campo e dos duelos de tênis com Arthur.

Confira como foi o bate-papo:

GloboEsporte.com – Começando pelo gol contra o Monagas. Foi um chute que quando saiu do pé, achava que não daria em nada?

Ramiro – É, cara, foi um chute até não muito bom, saiu meio mascado, mas acho que devido à confusão na área, tinha bastante gente, acabou encobrindo a visão do goleiro, ele não teve muito poder de reação nã chegada. Mas tá bom, gol bonito e gol feio vale igual.

Na comemoração deu para ver que você e o Jailson até pareciam meio surpresos (veja no vídeo abaixo). Qual foi o papo ali?

Foi porque ele passou pedindo a bola quando ameacei. Aí chutei, ele continuou pedindo, me xingando assim, quando entrou eu ri com ele. Nem ele acreditou, eu também achei que não ia dar em nada, acabou dando gol. Nos pegou de surpresa (risos).

O jogo também garantiu a classificação antecipada. Uma vitória com o time descaracterizado ganha em importância?

É importante a gente sempre vencer, ainda mais nesta competição e da forma como tinha ficado o grupo, com a vitória do Cerro. Era importante vencer para assumir a liderança. Vamos tentar classificar o melhor colocado possível no geral, que nos dá a vantagem de jogar o segundo jogo em casa. Era uma vitória importante fora de casa, contra um time que não briga por mais nada, a gente sabia que era muito importante. Também para dar moral para quem não vem jogando, teoricamente está sem ritmo de jogo, importante para autoestima, confiança de todos. Com as lesões, têm jogadores que vão receber oportunidade.

Faz cinco anos que você está no Grêmio. Olhando para trás, o que surge na cabeça?

Coletivamente e individualmente, eu e o Grêmio vivemos o melhor momento, nesta sequência de dois anos de vitórias, de bons jogos, de boas atuações, vem rendendo bons frutos. Recentemente tivemos a convocação do Geromel, que é mérito de toda equipe. É um trabalho coletivo e automaticamente as individualidades vem aparecendo. Estou muito feliz pelo momento que a gente vive. Nos motiva a trabalhar cada vez mais, querer mais. Descobrimos como é bom vencer, estar em alta e é em busca disso que vamos no dia a dia.

Nestes cinco anos, o Ramiro é testemunha ocular da construção deste Grêmio atual, da construção essa equipe que encanta. Que cinco pontos seria possível elencar neste processo?

São muitos fatores que fazem a gente ter e viver um momento especial como esse. Elencar cinco assim sem pensar, acho que gestão, trabalho, sequência de equipe, de manter um grupo de trabalho há bastante tempo. Tem o aprendizado com cada profissional que passou aqui, conseguimos extrair o positivo de cada um. E humildade para continuar evoluindo. São fatores muito importantes para que a gente esteja conquistando. Espero que a gente continue daqui para mais.

Palmeiras consolidou o primeiro lugar geral. Que adversários estão se desenhando como mais fortes nessa Libertadores?

Difícil a gente planejar ou projetar algum tipo de confronto. Tivemos exemplo de pegar equipes fortes e dar conta do recado. O grupo está preparado para grandes jogos, grandes decisões, independentemente do adversário que vier. A gente vai ter que procurar nos impor em casa e fazer bons jogos fora de casa, como temos feito nos anos anteriores.

Agora, falando das lesões. Nunca é bom ver o companheiro se machucar, talvez gere uma temeridade no jogador de acontecer contigo. Como fica o ambiente quando ocorrem muitas lesões assim?

Primeiramente, ficamos chateados pelo companheiro. Ninguém gosta de ver um companheiro de profissão, mais que isso, um amigo, porque a gente cria uma intimidade, uma amizade muito forte, ver fora pelo departamento médico. Mas em contrapartida, sabemos que no esporte de alto rendimento, com a quantidade de jogos no Brasil, é uma coisa normal. O que nos pegou um pouquinho de surpresa foi que foram todas na mesma semana. A gente fica um pouco chateado. Agora é mostrar a força do grupo. Posso falar por mim e outros que estamos bem fisicamente.

Um dos jogadores que se lesionaram, o Alisson, falou depois do jogo com o Goiás que se inspirava em você, que você tinha uma liderança no elenco. Existe a faceta do Ramiro como líder?

Isso faz parte da minha personalidade, procuro ser um líder com exemplo, com o dia a dia, com trabalho, não muito com palavras. Com a forma que procuro trabalhar e encarar o trabalho. Tratar todos da mesma forma. Temos um grupo que tem muito respeito um pelo outro. O Alisson teoricamente disputa posição comigo e criamos uma amizade muito forte, torço muito para que se dê bem, tem um perfil muito semelhante ao nosso do grupo. Demonstra a força do grupo, o companheirismo. Independentemente de quem esteja jogando, os outros estão torcendo para que se dê bem.

Se falava do Ramiro polivalente. Claro que você ainda pode fazer mais de uma função, mas hoje o Ramiro é o extrema direita. O processo de se adaptar foi difícil?

Confesso que no início foi um pouco difícil, uma posição um pouco diferente do que estava acostumado a jogar, era um pouco mais defensivo. Estar jogando de costas para o adversário foi um pouquinho difícil, acho que oscilei no início. Mas agora me sinto confiante e confortável na posição. Aprendi bastante, procuro evoluir sempre. Venho aí há dois anos jogando nesta função. E se precisa em outra posição, procuro me desempenhar o melhor papel e me dedicar ao máximo.

E lembra como foi quando o Renato chegou e falou que ia fazer o que o Giuliano fazia?

Na verdade não teve comparação com nenhum outro jogador, "ah vai fazer o que o antecessor fazia". Ele sentiu uma carência na função, achava que eu poderia colaborar. Antes de ele assumir, o James teve que assumir um jogo, teve uma conversa comigo, achava que aquela posição era onde me encaixaria melhor. Com a chegada do Renato, me deu confiança e sequência para desempenhar aquela função.

Nesta função você aparece da ponta para o meio e joga no que chamam de entrelinha, no espaço entre zagueiros e volantes. Era uma facilidade ou criou a partir da mudança?

O que eu procuro fazer é causar dúvida e dificuldade no adversário. Já joguei como lateral, sei como é difícil quando o extrema acaba caindo naquela zona morta. Juntamente com o Léo Moura, com o Maicon ou Arthur de trás, o Luan que faz bastante a flutuação. Não tem que estar exatamente o Ramiro ali. Procuramos ter um jogador em cada lugar do campo para trazer dúvida para o adversário e conseguir superioridade no nosso setor ofensivo.

Esse é um dos segredos deste Grêmio? Não precisa estar o Ramiro na extrema, o Luan pelo meio... Essa troca de função.

O Renato conversa bastante com a gente e dá total liberdade para se movimentar. Importante é ter um jogador em cada função, seja quem seja. É o que a gente procura fazer em campo para dificultar o serviço do adversário.

Esse ano você bateu o recorde aquele da Libertadores, de ser o único a marcar em quatro edições diferentes. Tem algum alguma outra marca individual que procura?

Sinceramente, prêmio individual, metas individuais, são importantes, mas não é uma coisa que almejo. Não tenho objetivo pessoal estabelecido, isso vai se conquistando com o passar do tempo. Meus objetivos são todos coletivos. De continuar vencendo, marcando. Quem sabe agora neste segundo semestre, temos a possibilidade de ser campeão de mais uma competição, que vimos como é especial, principalmente a Libertadores.

Esse ano mostrou uma nova faceta nas cobranças de falta (veja uma abaixo). Quantas cobranças você costuma fazer por treino?

Para ser sincero, com a quantidade de jogos que estamos tendo, a quantidade de treinamento, nível de treinamento, treino pouco a falta, de bola parada. Gosto muito de treinar finalização, de vez em quando a bola parada. Não é um fator que consiga repetir muito. Gostaria de repetir mais para procurar aprimorar. É uma característica minha, tenho procurado ajudar durante os jogos.

Mas é um fenômeno, então! Não treina e acerta!

Não é que não treino. Eu gostaria de treinar mais do que treino. Talvez até todo dia, mas não é possível.

Vi na internet você mandando mensagem parabenizando o Taison em um grupo de mensagens. É um bom exemplo em meio a este clima de rivalidade, né?

Da mesma forma que na imprensa tem diversas de equipes, e vocês se dão bem, no futebol é a mesma coisa. Não tenho contato pessoal com o Taison, não conheci ele como pessoa. Mas estou em um grupo no Whatsapp com ele, pelo que as pessoas falam, pela imagem que transmite, é uma pessoa do bem. Merece tudo o que está conquistando. Como colega de profissão, acho que ele tem um perfil bacana, é exemplo para muitas pessoas. Parabenizei, como parabenizei o Geromel. Tite fez a escolha que achava que era melhor e os jogadores que estão lá estão por méritos.

Chegou a achar que seu nome apareceria na lista?

Muito difícil, a gente não tinha ido em nenhum jogo da preparação. Achava que não estava ao meu alcance esta Copa. Quem sabe na próxima a gente se prepara para sonhar com isso.

Falando do futuro, renovou há pouco o contrato até 2021. O que imagina de carreira para os próximos anos?

O futebol hoje em dia é dinâmico, é difícil projetar futuro. Tenho metas estabelecidas, pessoais, que guardo para mim. Estou muito feliz no Grêmio pelo que estou vivendo. Se tiver que ficar até o final da minha carreira aqui, fico com o maior prazer. Mas não escondo o desejo de algum dia quem sabe receber a oportunidade de jogar na Europa, buscar este objetivo diferente, buscar estes obstáculos para crescer ainda mais na carreira.

Falando destas metas. Já cumpriu mais do que não?

Aos poucos vamos conquistando, né. Tem diversos exemplos de outras profissões de atletas ou pessoas que gostam de estabelecer objetivos para visualizar estes objetivos a curto, médio e longo prazo. São pessoais. Procuro no dia a dia trabalhar para conquistá-las. É um pouco de cada, um pouco escrito, um pouco na minha cabeça.

Sempre ressaltam a sua competitividade aqui no clube. Isso vem de berço, de outros esportes ou nasceu contigo no futebol?

Eu fico chateado quando perco. Pessoal tira onda no rachão porque sabe que me incomodo. Independente do jogo que for, é da minha personalidade, do meu jeito, obviamente sempre respeitando adversário. Muitas vezes quando ele é melhor, ficamos chateados, mas temos que entender. Procuro levar para minha vida, seja no futebol ou fora dele.

Vi postar no Instagram brincando com o arthur sobre Tênis. Vocês jogam mesmo, como é a rivalidade?

Esse ano não conseguiu jogar nenhuma vez ainda, em função dos treinamentos jogos. É um esporte que gosto bastante. Quando o Fernandinho estava aí a gente chegou a jogar umas duas vezes, contra o Arthur também. Quando a gente tinha uma semana aberta, dá para dar uma brincada. Gosto de acompanhar pela TV, acompanho basquete também. Qualquer tipo de esporte.

E tem como tirar algo para o futebol?

Temos exemplos vencedores no esporte em qualquer esporte, situações de livro que já li de pessoas vencedoras, conseguimos transmitir facilmente para o futebol também, procuro aprender com qualquer um deles.



GLOBOESPORTE.  Disponível em: <https://globoesporte.globo.com/rs/futebol/times/gremio/noticia/ramiro-fecha-5-anos-assume-papel-de-lider-e-elenca-razoes-para-sucesso-do-gremio.ghtml>

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